CONTO UM
PARTE UM
Os Mercadores de Almas
Aziza suspirou ao terminar a última nota, e, antes que pudesse abrir os olhos, uma salva de palmas preencheu o enorme salão ecoando pelas paredes de pedra. Seus olhos marejaram e um sorriso orgulhoso desenhou em seu rosto delicado. Ela amava o que fazia. Tinha finalizado a música, mas ainda podia senti-la reverberando no ar, pulsando nos corações de sua plateia.
A barda estava sobre um palco no meio do salão oval do castelo imperial de Wouldres. As paredes de pedras azuis exibiam flâmulas vermelhas e tochas douradas que ardiam em chamas dançarinas. No teto, um lustre circular cintilava flechas brancas provenientes de seus diamantes incrustados. Nas laterais, grandes janelas escancaravam a noite que se iniciava do lado de fora, além disso, permitia que uma doce brisa refrescasse os convidados que enchiam o local.
Sentada em um confortável banco de madeira, estofado em couro vermelho, a trovadora tinha iniciado a sua apresentação nos festejos do milênio imperial. Ao seu redor, um público multicolorido com vestes de seda e veludo brindavam e apreciavam o seu poderoso contralto lírico. De repente, uma voz grossa se sobressai as palmas que se prolongavam:
- Mas isso é mentira! – exclamou um homem de barba ruiva vestindo peles de animais como capa – Se você tivesse mesmo encontrado um Djin que realiza qualquer desejo você não estaria aqui, mas sim, contando suas moedas de ouro enquanto repousava em seu castelo! – completou rindo zombeteiro.
Alguns acompanharam a sua provocação, porém, logo foram interrompidos.
- Existe melhor riqueza do que essa? - questionou Aziza abrindo os braços de forma teatral - As lágrimas de emoção não se compram com moedas, meu caro espectador!
- Se quer lágrimas, posso arranjar para você com um soco! – riu alto e completou – Acho que eu desejaria ser o homem mais forte do mundo!
- E aí o Djin o faria tão musculoso, mas tão musculoso que lhe faltaria mobilidade! Ou pior, você seria tão forte que tudo o que você pegasse viraria pó! Por acaso você esqueceu quando eu disse que os Djins costumam tergiversar os desejos?
- Ah, mas eu ia gostar de transformar tudo em pó com meus punhos! – retrucou socando a mão espalmada.
- Tem certeza? – Aziza sorriu maldosa. Pegou o arco, colocou uma moeda de ouro entre a madeira e a corda e, com uma flecha, começou a reverberar a corda, ao mesmo tempo, balançou o pulso chacoalhando os guizos de sua pulseira. Depois que o som agudo e compassado preencheu o ambiente recitou:
Certa vez, um ruivo se achando o tal,
Desejou ser forte sem igual,
O Djin realizou tal e qual,
Feliz e se achando o maioral,
O ruivo partiu com sua força descomunal!
Com leve toque matou um animal!
Com o mindinho, uma fera bestial!
Eu sou o maioral!
Pensou o nosso amigo temperamental,
Mas o néscio, para não dizer débil mental,
Esqueceu de cuidar do vital!
Tocou na comida, na água, na roupa e tudo encontrou o seu final!
Ora, sua força era descomunal!
Ah, sei que não é sentimental,
Também não culpo, quem quereria um animal?
Ficar sem abraços e carícias para ele não faz mal,
Mas quando estiver sozinho e pegar no seu…
Xii, se deu mal!
A plateia riu e aplaudiu euforicamente, o ruivo olhou para os lados, bufou e saiu se esbarrando nos que estavam em seu caminho. Aziza o acompanhou com os olhos, quando sumiu, balançou a cabeça e disse:
- Isso é o que acontece quando não presta atenção na história que contei! Os Djins são seres muito traiçoeiros! Eu poderia pedir para ser rica, e então eu seria transportada para o covil de um dragão! Eu seria rica por uma fração de segundos, claro, depois morreria antes mesmo de colocar uma moeda no bolso! E isso me faz pensar em como fui sortuda ao seguir viagem com Ravel. Ah, se todos vocês pudessem ter esse privilégio! Uma companhia sagaz, inteligente e, divertido ao seu modo!
Aziza! Aziza!
A plateia chamava pelo nome da artista, uns pedindo música outros uma poesia, mas foi um pedido de história que chamou a atenção da barda.
- Aziza, conte-nos mais sobre aqueles espectros que vocês lutaram no deserto!
- Ah! Os Mercadores de Almas! Sim, são tão fascinantes como terríveis. Até hoje quando vou dormir eu lembro daqueles olhos escarlates e de suas cimitarras reluzentes! – a barda inspirou fundo lembrando de tudo o que passaram. Sentiu um arrepio na espinha. – Curiosa que sou, fiz uma pesquisa sobre eles em Al-Fah! Tal foi a minha surpresa ao encontrar sua história. Tudo começou com o bandoleiro Salah-Aldun…
***
Salah-Aldun enxugou a testa com as costas da mão e lambeu os lábios rachados. Estava muito quente. O sol ardia com vigor no deserto de Doran. Diante dele e de seus quatro companheiros descortinava uma vastidão árida, a terra seca e partida se prolongava até tocar no horizonte, mais além, sabia que iniciava o mar de dunas. Um conjunto de areias traiçoeiras que traziam surpresas sob seu manto arenoso em constante mutação.
Todavia, os olhos do beduíno não estavam focados em tão longe, mas sim, logo abaixo deles. O quinteto, montado em corcéis negros como uma noite sem estrelas, estava sobre uma grande formação rochosa. O tom avermelhado dava a impressão de estarem sobre uma brasa ardente e, a julgar pelo calor intenso, era difícil não imaginar que essa era a verdade. Do alto, um vento constante sacolejava suas vestes pretas e folgadas e escorria morro abaixo levando areia e pequenas lascas de pedra.
- Chefe, eles estão chegando! – chamou um homem entregando a luneta – O brasão na carruagem confirma que se trata de nosso alvo.
O líder do grupo apertou um olho e espiou com o outro pela luneta, a imagem não era nítida, porém, o suficiente para confirmar o que seu companheiro lhe informara. Passou o visor pelos integrantes da comitiva e contou dez homens armados. Já vencemos em piores condições, pensou. Devolveu a luneta, fez uma concha com a mão sobre os olhos e traçou o caminho que fariam.
- Muito bem homens, é chegada a hora! – exclamou puxando a rédea com força arrancando um bufar de sua montaria. O cavalo sacolejou o pescoço fazendo sua crina trançada bailar – Ahmed e Ustafar, assim que chegarmos ao solo vocês atirarão nos dois soldados da frente e depois concentrarão suas flechas nos que estão ao fundo.
Os dois confirmaram com um aceno e sacando seus arcos curtos, depois conferiram a rigidez da fivela que prendia a aljava em suas costas.
- Os outros – começou cobrindo o rosto com a sobra do tecido de seu turbante, em seguida, sacou sua cimitarra longa e curva. O metal zuniu e a luz do sol cintilou em sua lâmina – Não preciso dizer o que devem fazer! Sem sobreviventes!
Desceu o olhar para o caminho e começou a ouvir o trote da comitiva que se aproximava. O ruído ribombava como uma trovoada que prenuncia uma tempestade. E, de fato, viria uma tempestade, mas de outro tipo. Uma não natural, mas violenta e repentina como aquela. O líder esperou mais um pouco, uma lufada rasante levantou areia do chão criando pequenos redemoinhos que se desfizeram ao se chocarem na pedra próxima, quando tudo pareceu calmo o som da comitiva se misturou ao de metal tilintando e irrompeu sobre a passagem, era o momento que aguardava.
Esporearam as montarias e elas reagiram de imediato, afinal, já estavam acostumadas com o ritmo frenético de seus senhores. Assim, sabendo que desejavam velocidade, os cavalos saltaram os obstáculos e entraram em um caminho sinuoso descendente. Com poucos trotes chegaram ao nível inferior. Os bandoleiros gritaram mais alto que o som de suas montarias pesadas, o berro, diziam, era para quebrar a coragem dos mais fracos de espírito. E costumava funcionar, pois na indecisão da surpresa ganhavam segundos preciosos, cortes secos e rápidos eram o bastante para passar para o próximo oponente.
Do outro lado, as montarias empinaram com a parada brusca, seus cavaleiros tombaram com as primeiras flechas que rasgaram o céu e furaram suas gargantas espirrando sangue de suas nucas. Salah-Adun girou sua espada rebatendo um golpe de lança que aguardava o seu avanço. Com extrema habilidade puxou a montaria com uma mão e com a outra completou o movimento cortando o braço de seu atacante. O cavalo adiantou e ele finalizou cortando a garganta.
Os arqueiros da comitiva miraram no líder dos bandoleiros, mas antes que pudessem lançar suas flechas, outras os acertaram em seus peitos. O grupo avançou feroz sobre os que restaram. As espadas curvas favoreciam movimentos circulares, rebatendo com maestria as investidas das espadas retas e longas. Um corte para baixo, uma finta, um chute na barriga, um golpe aparado. Um giro de corpo e um corte rápido na diagonal. Foi o suficiente para matar a todos. Ou quase todos…
- Parabéns… – disse um homem saindo de dentro da carruagem batendo lenta e ironicamente as palmas – Eu tenho algo importante a fazer e dependia deles para sucesso de minha empreitada. Graças a vocês, agora estou desfalcado!
O homem aparentava estar no fim da casa dos quarenta, tinha cavanhaque e cabelos grisalhos, vestia uma túnica azul-escuro com detalhes de preto nas bordas. No pescoço, exibia um medalhão feito de ossos.
- Olha para a ousadia desse, chefe! – exclamou Ahmed guardando o arco – Você sabe com quem está falando?
- Com vermes que não sabem onde se meteram – respondeu com nojo. Olhou de lado e viu os homens saqueando a carga e completou – Quando souberem o preço que pagarão por este ouro que estão carregando, desejarão não ter nascido.
Os homens riram e Salah-Aldun os interrompeu.
- Deixem de graça, matem logo ele e peguem essa caixa de uma vez.
- Então você é o líder desse grupelho! – interveio o homem de cavanhaque. Ele cruzou os braços sobre o peito e continuou – Já que mataram minha comitiva vocês é que vão fazer um serviço para mim.
- Está delirando? O sol queimou seu juízo? – o líder dos bandoleiros colocou a espada no pescoço do homem e o examinou – Ainda não o matei, pois estava pensando se você teria alguma utilidade para mim, mas começo a pensar que, independente de sua serventia, vou ter um grande prazer em te matar!
O outro fez um som de desprezo com a boca e retrucou:
- Vocês têm até a meia-noite para me trazerem o coração do Al-Ternah.
- Ou?
- Não existe “ou” – respondeu friamente – vocês vão fazer o que acabei de mandar.
Salah-Aldun rilhou os dentes amarelados e vociferou:
- Somos livres, não recebemos ordens de ninguém! E você? Já passou da hora de morrer!
Com um gesto rápido passou a lâmina no pescoço, todavia, em vez de ver o sangue espirrar o homem desapareceu deixando apenas suas vestes como rastro de que um dia estivera ali.
- Para onde foi o desgraçado! – exclamou Ustafar seguido pelos demais.
Um vento rasante cortou o ambiente sacolejando seus turbantes e embolando a roupa vazia no chão de areia. Os homens levaram as mãos aos rostos para proteger os olhos da repentina ventania. A corrente de ar circulou cada um deles e, da mesma forma que veio, sumiu.
- Não estou gostando disso, chefe! – interveio um deles ao sentir arrepios – É melhor deixarmos essa caixa aí e irmos embora! O homem parecia ser um feiticeiro. Não gosto de magia! Não gosto de nada que eu não possa cortar!
- Está com medo de um truque, Zayn? Parece que nunca viu um feitiço antes! – provocou Ahmed pegando a pequena caixa e amarrando em sua sela.
- Eu sei diferir um simples truque de um grande problema! Aquele homem estava seguro demais para blefar com um simples truque – resmungou Zayn guardando a espada na cintura e puxando o cavalo pela rédea – Salah, sabe que o seguirei para onde for, mas considere meus instintos. Você sabe que eles não costumam não falhar!
- Mas falham! – retrucou Ustafar arrancando risos dos outros companheiros.
- Precisamos desse dinheiro, meu amigo. Jamal tem que comprar medicamentos para a sua filha, a vila de Ahmed está sofrendo a dias sem recursos e não negue que o resto de nós precisa de dinheiro – disse Salah-Aldun segurando o ombro do companheiro – Não vai acontecer nada, você vai ver. O Místico Sol nos abençoou com este saque, ele sabe que nossa luta é justa! Agora vamos, temos que sair daqui.
O líder do bando deixou o amigo e seguiu para o cavalo, montou em um pulo e segurou as rédeas com as duas mãos acalmando a montaria ainda agitada. Os dentes grandes rangeram a brida e uma baba escorreu pelos cantos de sua boca. Com um assobio chamou o grupo para segui-lo e, sem esperar resposta, partiu em alta velocidade para o sul, levantando uma nuvem de poeira que o acompanhou por vários metros.
O calor estava mais intenso e, por mais que vento contra soprasse em seus rostos, não o era o suficiente para debelar a ardência que castigava suas peles. Embora estivessem acostumados com o clima adverso, ainda sim, seus corpos ainda eram humanos e as necessidades básicas como água e repouso foram sentidas ao final do dia, quando frio tomou o seu lugar cobrindo céu de preto, pintalgado de pontos argênteos cintilantes. As duas luas estavam crescentes proporcionando uma débil iluminação para aqueles homens que descansavam ao redor de uma tímida fogueira.
Naquele momento, o silêncio da noite era quebrado pelo crepitar da fogueira e por um som agudo de metal. Ahmed tentava há algum tempo quebrar o cadeado que selava a pequena caixa preta com escritas douradas na tampa.
- Você viu as escrituras na caixa? Salah, eu insisto, vamos esquecer esse butim. Podemos conseguir algo parecido em Al-Relez.
- Al-Relez? Levaria ao menos dois dias para chegar e depois o mais que o dobro do tempo para voltar para casa – ele suspirou e espiou o fogo com pesar. A madeira estalou e uma faísca planou diante de seus olhos – Pode ser tarde demais para filha de Jamal…
As batidas se repetiam e o agudo penetrava em seus ouvidos como um agourento aviso de que o item não deveria ser aberto.
- Se quiser podemos excluí-lo da divisão, Zayn – interveio Ustafar ansioso pela abertura da caixa – É bom que aumenta a minha parte.
- Vocês não entendem, abrindo essa caixa nenhum de nós estará livre do pode sair daí! Vocês leram isso aí – se exaltou Zayn fazendo gestos largos e desesperados – Está awnyano antigo quer dizer “contrato das almas”! Larguem essa caixa!
Um som agudo estalou seguindo de um baque surdo. O cadeado cedeu.
- Tarde demais! – disse Ahmed sorrindo.
Ansioso, Ustafar pulou na caixa, levantou o trinco e parou na tampa, olhou provocativo para o companheiro e a abriu.
Um crepitar alto levantou a chama, o suficiente para iluminar o interior dela, o metal reluziu denunciando a presença de vários metais preciosos: ouro, jade, rubi e diamantes. Os olhos dos bandoleiros cintilaram lembrando as estrelas que os espiavam do alto.
- Ha! E você não queria que abríssemos – Ustafar pegou um rubi e o estendeu para o alto – Olha que coisa mais linda!
A pedra brilhou timidamente no começo, mas não demorou para que exibisse um tom carmesim intenso e, com o brilho, a joia esquentou queimando a mão do beduíno. Ele a soltou e, antes que pudesse reclamar o tecido de sua roupa apertou o seu corpo. O lenço que pendia de seu turbante enrolou a sua face impedindo-o de respirar.
- Vamos me ajudem! – exclamou Jamal sendo o primeiro a acudir o companheiro.
O tecido o apertava parecendo ter vida própria e nada que fizeram foi o suficiente para evitar que o amigo morresse sufocado.
- Eu disse a vocês!
Uma corrente de ar irrompeu forte sobre o grupo e depois sumiu. Quando voltou apagou a fogueira.
- Mas o que é isso agora? – reclamou Salah-Aldun sacando sua cimitarra – Protejam os flancos!
O quarteto se aproximou formando uma circunferência entre si. Com as espadas em punho esperavam pelo inimigo invisível, espiando de soslaio as sombras que ameaçavam se mover quando girassem para o lado oposto. O silêncio reinava naquela noite, um leve assobiar arrastou grãos de areia em pequenos turbilhões que se desfaziam onde a luz não alcançava.
- Os turbantes! Temos que tirar os turbantes! – lembrou Jamal da cena do amigo sufocado.
Passou a mão na cabeça ele não saiu. Estava preso. Desesperou para arrancá-lo e o tecido que pendia ao lado enrolou em sua face e, ao contrário do que acontecera com o seu companheiro, não o sufocou. Jamal procurou pelos companheiros e os viu da mesma forma que ele. Com os rostos cobertos, porém, no lugar dos olhos duas esferas escarlates os fitavam.
- Zayn! – chamou Jamal o companheiro ao lado.
Os olhos vermelhos acenderam intensos, o rosto estava coberto pelo turbante, mas nem era preciso estar exposto, estava estampada a raiva que ele sentia por não o terem ouvido. Ele seguiu até o líder e o interpelou.
- Salah, você precisa consertar isso! – reclamou empurrando-o – Eu avisei que a caixa não deveria ser aberta e você permitiu! Agora resolva isso!
- Como quer que eu resolva isso?
- Fazendo o que aquele homem mandou fazer! Pegar o coração do Al-Ternah.
- Ninguém diz o que devemos ou não fazer!
- Mas nesse caso não temos escolha!
- Concordo com Zayn! – disse Jamal guardando a espada – Não temos escolha.
- E depois de conseguir o coração o que faremos com ele? – interpelou Ahmed – Não sabemos onde aquele desgraçado se enfiou.
- Ele saberá nos encontrar – suspirou Zayn.
- Você parece conhecê-lo muito bem! Quem sabe você não está envolvido nisso?
- Eu, Ahmed? Que eu saiba você foi quem quebrou o lacre! Eu insisti para deixarmos o baú de lado! Vocês não me escutaram!
- Como acreditaria, você sempre foi o covarde do grupo!
- Chega! – interrompeu Salah-Aldun – Ustafar está morto e nós estamos amaldiçoados. Isso é fato – guardou a espada e seguiu para o cavalo – Também é fato que não seguimos ordens de ninguém! Vamos caçar esse coração e quando o feiticeiro aparecer matamos ele também!
***
- Aziza, como sabe de tantos detalhes assim? Você não estava lá! – perguntou um ouvinte na plateia.
- Ora, é papel de toda trovadora que se preze preencher as lacunas que história apresenta. Afinal, não existe história pela metade, você apenas não imaginou o suficiente para entender os fatos!
- Então está inventando? – perguntou outro ouvinte.
- Não, de modo algum! O fato existe, só estou tornando-o digerível para os seus ouvidos!
- Continue Aziza! – gritou um, sendo acompanhando de outros tantos.
- Onde eu estava… – a barda coçou o queixo e estalou os dedos quando lembrou. Cruzou as pernas torneadas e tomou um longo gole de vinho, direto do gargalo da garrafa – Não posso continuar sem molhar a garganta!
Continua...